Regulação Emocional em Terapia Cognitivo Comportamental
Regulação Emocional em Terapia Cognitivo Comportamental
No final do século XX, as descobertas de Damásio, (1995), sobre as emoções e de suas interações com os processos cognitivos, naturalmente conduziram, ao começo da investigação no campo da Inteligência Emocional. A partir daí, foram publicadas pesquisas avaliando a importância do domínio da inteligência emocional como algo importante para regular e promover a saúde mental, influenciando no crescimento emocional e intelectual dos indivíduos. (ARRUDA, 2014 Apud MAYER E SALOVEY, 1997; VIEIRA, MOREIRA & MORGADINHO, 2008).
Ainda segundo Arruda, (2014) apud Mayer, Salovey, (1997), e Silva, (2010), é importante compreender as emoções básicas de: Alegria, Tristeza, Medo, Raiva, Nojo e Surpresa, como uma experiência subjetiva que envolve toda a mente e o corpo, sendo uma reação complexa desencadeada por um estímulo que envolve reações orgânicas e sensações pessoais, além da compreensão e validação das emoções, mesmo quando algumas delas sejam consideradas negativas, todas elas possuem objetivos essenciais de sobrevivência e preservação do organismo, gerando aprendizagem e memória de eventos similares que antes foram vivenciados e considerados ameaçadores. Conhecer as emoções é fundamental para compreendê-las em seus significados e funções, assim como quais estratégias de regulação emocional serão mais eficazes.
Sendo assim, a ativação de uma emoção tem como propósito preparar o organismo para adaptar e alcançar níveis de bem estar, tendo como consequências imediatas uma alteração no estado corporal e nas estruturas cerebrais a que corresponde essa emoção. Cada pessoa tem uma forma de avaliar suas emoções ao se relacionar com os outros em seu meio social, a maneira em que a emoção é avaliada também sofre influencia em sua intensidade, quanto maior o domínio e gestão da emoção melhor ela será sentida e expressa ao exterior, enquanto a sua negação ou tentativa de fuga de sua intensidade, podem trazer comportamentos de fuga ou esquiva de pessoas ou eventos que tragam á tona a emoção negada, comportamentos relacionados á compulsões variadas, uso de drogas e álcool como forma de evitar lidar com sentimentos e pensamentos relacionados às emoções. (ARRUDA, 2014 Apud MELO, 2005: LEAHEY, 2013).
Á longo prazo, essas sensações irão se acumular tornando-se insuportáveis e confusas para aquele que sente, por não conseguir validar essas sensações que são inatas ao ser humano, parte de sua existência e de sua relação consigo, com os outros e com o ambiente. O processo psicoterápico para regulação emocional tem como propósito primeiramente identificar e reconhecer as emoções básicas, e a partir daí nomear, reconhecer e regular essas emoções no organismo.
A Terapia Cognitivo Comportamental nos auxilia na compreensão emocional, e regulação das emoções básicas, assim como as emoções secundárias de culpa, vergonha, ciúmes, orgulho, simpatia, admiração, entre outras, que são culturalmente aprendidas e integradas a memórias, sendo avaliadas como boas ou ruins trazendo prejuízos á pessoa de acordo com a maneira negativa que ela faz essa auto avaliação de sentir e agir a partir de tais emoções. Daí a importância do processo psicoterápico para auxiliar na compreensão de como nossos pensamentos, por meio de nossa avaliação vivenciando emoções intensas, influencia terminantemente nas reações e ações a partir delas e de como nos percebemos ao senti-las. (FERREIRA, 2020: LEAHEY, 2013).
Núbia Ferreira da Silva.
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Referências Bibliográficas:
ARRUDA, Marlene de Jesus Ferreira Carvalho.
O ABC das emoções Básicas. Implementação e avaliação de duas sessões de um programa para a promoção de competências emocionais, um enfoque comunitário. 2º Ciclo de Estudos em Psicologia da educação. Ponta Delgada 2014.
FERREIRA, José Walison. Regulação Emocional em Terapia Cognitivo Comportamental. Pretextos – Revista da Graduação em Psicologia da PUC. Minas. Pág. 5, 9, 618, 630. 2020.
LEAHEY, Robert L.Et al. Regulação Emocional em Psicoterapia. Um guia para o terapeuta Cognitivo Comportamental. Porto Alegre. Artmed. 2013.
