A perspectiva da psicologia de Jung

13 de abril de 2022

A perspectiva da psicologia complexa de Jung

 Olá! Me chamo Fernanda dos Reis, sou psicóloga clínica (CRP 08/ 32070) e membro da equipe de profissionais do Psicolight, com cadastro específico (e-Psi) para realizar atendimentos de forma online.


Utilizo como referencial teórico para meus atendimentos a psicologia analítica de Carl Gustav Jung e busco auxiliar as pessoas que atendo a se individuarem, ou seja, a se tornarem-se cada vez mais quem elas realmente são.


No texto de hoje, irei apresentar um pouquinho sobre a perspectiva da psicologia complexa de Jung, explicando um pouco sobre o inconsciente, espero que gostem!


 Carl Gustav Jung foi considerado um dos pioneiros da psiquiatria. Diretor da Clínica Psiquiátrica de Zurique, junto de Eugen Bleuer, realizou diversos estudos sobre a psique humana e se interessou especificamente pela psicanálise de Freud.


A partir de seus estudos sobre a psicanálise, Jung encontrou divergências entre seu pensamento e o pensamento de Freud, ocasionando a ruptura entre os dois autores. Uma destas divergências encontra-se no próprio conceito de inconsciente, tendo em vista que Freud o compreendia como de natureza exclusivamente pessoal (KERR, 1997).


Diferente de Freud, Jung tem uma perspectiva não só pessoal, mas também coletiva do inconsciente. Para o autor, o inconsciente pessoal, que tem sua origem em experiências e/ou aquisições pessoais, repousa sobre uma camada inata da psique, o inconsciente coletivo (JUNG, 2000).


Dessa forma, Jung define que o ser humano possui dois tipos de inconsciente, estando presentes diferentes conteúdos em cada um destes. Por um lado, os conteúdos do inconsciente pessoal que são principalmente os “complexos de tonalidade emocional, que constituem a intimidade pessoal da vida anímica” (JUNG, 2000, p. 16) e, por outro lado, os conteúdos do inconsciente coletivo que são chamados arquétipos.


Além dos arquétipos, os instintos também se encontram presentes no inconsciente coletivo. Jung definiu este inconsciente dessa forma pelo fato de não ser constituído de conteúdos individuais, mas sim de conteúdos universais. Por ser um fenômeno da natureza, o instinto é considerado universal e, consequentemente, coletivo - assim como os arquétipos (JUNG, 2000 b).


Enquanto o inconsciente pessoal é constituído essencialmente de conteúdos que já foram conscientes e no entanto desapareceram da consciência por terem sido esquecidos ou reprimidos, os conteúdos do inconsciente coletivo nunca estiveram na consciência e portanto não foram adquiridos individualmente, mas devem sua existência apenas à hereditariedade (JUNG, 2000, p. 53).

 

Assim, o inconsciente coletivo consiste de “formas preexistentes, arquétipos, que só secundariamente podem tomar-se conscientes, conferindo uma forma definida aos conteúdos da consciência” (JUNG, 2000, p. 54).


Mas afinal, o que são arquétipos?


Resumidamente, os arquétipos existem a priori e são tipos arcaicos ou primordiais de imagens universais que existiram desde os tempos mais remotos e estão presentes no inconsciente coletivo de todos os seres humanos. Podem ser expressos de diversas maneiras e transmitidos segundo a tradição, como sob a forma de ensinamentos esotéricos, mitos e contos de fadas. Quando estes conteúdos coletivos se transformam em fórmulas conscientes, deixam de ser conteúdos do inconsciente.


Os arquétipos também podem ser manifestados em sonhos e em visões, neste caso de uma maneira mais imediata das citadas acima, visto a menor influência da elaboração consciente em sua manifestação (JUNG, 2000).


Segundo Jung (2008), os arquétipos não devem ser pensados como imagens fantásticas, mas sim como fatores permanentes e autônomos. “O arquétipo representa essencialmente um conteúdo inconsciente, o qual se modifica através de sua conscientização e percepção, assumindo matizes que variam de acordo com a consciência individual na qual se manifesta” (JUNG, 2000, p. 17).


Sempre partimos do pressuposto ingênuo de que somos os senhores em nossa própria casa. Deveríamos habituar-nos, no entanto, com a ideia de que mesmo em nossa vida psíquica mais profunda, vivemos numa espécie de casa cujas portas e janelas se abrem para o mundo: os objetos e conteúdos deste último atuam sobre nós, mas não nos pertencem (JUNG, 2011, p. 81-82).


CONTATO:

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REFERÊNCIAS

  • KERR, John. Um método muito perigoso. Imago, 1997;
  • JUNG, Carl Gustav. Aion: Estudos Sobre o Simbolismo do Si-Mesmo. CW vol. 9/2. 7ª ed. Petrópolis: Vozes, 2008;
  • O Eu e o Inconsciente. CW vol. 7/2. 22ª ed. Petrópolis: Vozes, 2011;
  • Os Arquétipos e o Inconsciente coletivo. CW vol. 9/1. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 2000; 
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